Proteção em dobro: aleitamento materno e vacinas

Nos primeiros meses de vida é importante alimentar o bebê somente com o leite materno, pois isso pode protegê-lo contra diversas doenças, entre elas as infecções gastrointestinais bacterianas. Essa proteção ocorre porque através da amamentação a mãe transfere fatores imunológicos para a criança. O leite materno também diminui a agressividade do agente infeccioso.
No entanto, o aleitamento materno sozinho não é suficiente para protegê-lo contra todas as doenças. Por isso, é fundamental realizar a vacinação de seu bebê. Se ele mama no peito, vai responder mais rapidamente ao efeito das vacinas, produzindo anticorpos.
Portanto, todas as crianças devem receber todas as vacinas, independente de serem ou não alimentadas com leite materno. A proteção transmitida pelo leite materno é diferente daquela produzida pelas vacinas.

Qual a diferença entre a proteção oferecida pelo aleitamento materno e vacinas?

Leite Materno

O bebê deve mamar logo após o nascimento. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções. Dizemos que o colostro é a “primeira vacina” do bebê.

Vacina

Estimula o organismo a criar agentes específicos presente na vacina, ou seja, a proteção oferecida é específica.
Portanto, é importante estimular a amamentação e a vacinação para que a criança alcance a proteção adequada.

O aleitamento materno pode transmitir alguma infecção?

Sim, pode. O HIV é um exemplo. Por isso, gestantes devem fazer teste de HIV no pré-natal, e mulheres que estão amamentando devem saber que podem se infectar após a gestação e transmitir o vírus ao seu bebê. O aleitamento cruzado (aquele que não é ofertado pela mãe do bebê) deve ser evitado.
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O vírus da hepatite B é outro que também pode ser transmitido pelo leite materno. Como prevenção, todos os lactentes devem ser imunizados contra a doença logo ao nascer, ainda na maternidade. Caso a mãe seja portadora do vírus o bebê deve receber a vacina e também a imunoglobulina específica contra a hepatite B.

Orientações pra amamentação e vacinação

Febre amarela

A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) recomenda que o aleitamento seja suspenso por 10 dias caso a mãe necessite tomar a vacina antes de a criança completar seis meses de vida, é importante que a mãe que deseja continuar amamentando após a pausa continue estimulando a ordenha, a fim de evitar complicações para amamentação no futuro.

Vacinas Orais

Não há interferência do aleitamento materno na resposta a nenhuma das vacinas. Elas devem ser fornecidas para todas as crianças, independente do aleitamento materno.
 
FontesSBP/SBP Pediatria

Importância da vacinação

Apesar de ser um tema muito abordado em diversas mídias, muitas pessoas ainda se perguntam se a vacinação é realmente necessária. Por esse motivo é importante ressaltar a importância e necessidade da vacinação sempre que houver oportunidade.
O ditado popular “melhor prevenir do que remediar” se aplica perfeitamente à vacinação. Muitas doenças comuns no Brasil e no mundo deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população. Poliomielite, sarampo, rubéola, tétano e coqueluche são só alguns exemplos de doenças comuns no passado e que as novas gerações só ouvem falar em histórias. O resultado da vacinação não se resume a evitar doença. Vacinas salvam vidas.

Mas como a vacina ajuda o nosso sistema imunológico?

Quando uma pessoa é infectada pela primeira vez por um antígeno (substância estranha ao organismo), como o vírus do sarampo, o sistema imunológico produz anticorpos (proteínas que atuam como defensoras no organismo) para combater aquele invasor. Mas essa produção não é feita na velocidade suficiente para prevenir a doença, uma vez que o sistema imunológico não conhece aquele invasor. Por isso, a pessoa fica doente, podendo levar à morte. Mas se, anos depois, aquele organismo invadir o corpo novamente, o sistema imunológico vai produzir anticorpos em uma velocidade suficiente para evitar que a pessoa fique doente uma segunda vez. Essa proteção é chamada de imunidade.
O que a vacina faz é gerar essa imunidade. Com os mesmos antígenos que causam a doença, mas enfraquecidos ou mortos, a vacina ensina e estimula o sistema imunológico a produzir os anticorpos que levam à imunidade.
Portanto, a vacina faz as pessoas desenvolverem imunidade sem ficar doente.

Doenças controladas podem voltar

Muitas doenças infecciosas estão ficando raras. Pessoas nascidas a partir de 1990 podem nunca ter tido contato com pessoas com sarampo ou rubéola e, definitivamente, de poliomielite. Isso porque as constantes ações de vacinação foram capazes de controlar e eliminar essas doenças do Brasil.
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Então, não preciso vacinar meu filho contra essas doenças? Precisa sim. Essas doenças ainda fazem vítimas em outros lugares do mundo. Com a globalização, as pessoas passam por vários continentes em uma única semana. Se não estiver vacinada, ela pode trazer a doença para o Brasil e transmitir para alguém que não esteja imunizada.
Pessoas não vacinadas, portanto, podem ser a porta de entradas de doenças eliminadas no Brasil.

Como eu posso saber se as vacinas são seguras?

Com as vacinas conseguimos erradicar a varíola e controlar diversas doenças, como a poliomielite (paralisia infantil), o sarampo, a coqueluche e a difteria, entre outras. Com isso, as vacinas protegem com segurança.  Eventuais reações, como febre e dor local, podem ocorrer após a aplicação de uma vacina, mas os benefícios da imunização são muito maiores que os riscos dessas reações temporárias.
É importante saber também que toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final que é a aplicação, garantindo assim sua segurança. Além disso, elas são avaliadas e aprovadas por institutos reguladores muito rígidos e independentes. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão do Ministério da Saúde (MS). E não é só isso. A vigilância de eventos adversos continua acontecendo depois que a vacina é licenciada, permitindo a continuidade de monitoramento da segurança do produto.
 
Fonte: Saude.Gov.br

Na Semana Mundial de Imunização, SBP reafirma importância das vacinas

A vacinação é uma importante aliada na preservação da saúde. Quanto maior a cobertura vacinal, mais facilmente conseguimos controlar a propagação de diversas doenças e assim diminuir a taxa de mortalidade, principalmente infantil.
De 24 a 30 de abril, ocorre em todo o mundo a Semana Mundial de Imunização. Para celebrar a data, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou uma carta para pediatras e população em geral, na qual destaca a importância primordial das vacinas como instrumento de promoção de saúde. Elaborada pela presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Silva, e pelo presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri, a publicação soma-se aos esforços da campanha empreendida globalmente nesta semana.
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Conforme salienta o texto, neste ano, os temas de ênfase da Semana Mundial de Imunização são “#VaccinesWork” e “Ame, Confie e Proteja”. As frases têm o intuito de destacar o valor das imunizações, os avanços já conquistados por meio dessas ferramentas e os desafios enfrentados nos dias de hoje.
“Após a ampla utilização de vacinas em todo o mundo, obtivemos a erradicação da varíola, assim como observamos agora o processo de possível eliminação da pólio. Além disso, controlamos o sarampo, a febre amarela, a difteria e tantas outras doenças que eram responsáveis por elevadas taxas de mortalidade infantil globalmente”, afirma a publicação.

COBERTURA VACINAL

A carta também traz um alerta a respeito das sucessivas quedas das taxas de vacinação de diferentes países, inclusive do Brasil. De acordo com os autores, um grave risco está associado a esse comportamento, uma vez que o não cumprimento do calendário de vacinação estabelecido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) pode incorrer no ressurgimento de doenças já extintas do território nacional.
“A falsa sensação de proteção, o desconhecimento dos benefícios da vacinação, o medo de eventos adversos, a dificuldade de acesso e as chamadas fake news têm sido apontadas por vários estudos como as principais causas dessa queda das coberturas vacinais”, descreve o texto.
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A publicação da SBP ressalta ainda a participação ativa da entidade nas discussões a cerca das melhores práticas em imunizações e na divulgação da vacinação como instrumento promotor de saúde indispensável a todos os grupos etários, sempre destacando o papel de protagonismo do pediatra como fonte confiável de informação.
Conforme detalha o documento, o PNI é reconhecido como um dos melhores programas de vacinação do mundo. No entanto, os desafios ainda são enormes, por isso, é fundamental colaborar intensamente para conscientizar a população e alcançar as metas de imunização de todas as vacinas. “É tempo de comemorar os avanços, mas também de agir!”, finaliza a carta.

Fonte: SBP