Ministério da Saúde alerta para risco de volta da poliomielite

O Ministério da Saúde alertou que todas as localidades com cobertura vacinal contra poliomielite abaixo de 95% estão sob ameaça de surto da doença, destacando 312 municípios brasileiros — especialmente na Bahia, onde a vacinação contra a doença não chegou a atingir 50% da população.
Apesar de o Brasil não registrar casos de poliomielite há 28 anos, a resistência de pais e mães em imunizar os filhos contra a doença tem aumentado o risco de novos casos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poliomielite foi erradicada nas Américas em 1994, embora no mês passado a Venezuela tenha registrado o primeiro caso em anos.
Segundo informações da Agência Brasil, entre as cidades onde a situação é mais grave, 15% estão na Bahia e 14,29% no Maranhão, ambos os estados na Região Nordeste do país. No Sudeste, São Paulo tem 44 municípios sob alerta e no Espírito Santo não há cidades com risco elevado — assim como em Brasília (DF) e Rondônia. “Uma cidade com esses indicadores tem todas as condições de voltar a transmitir a doença em nosso país. Será um desastre para a saúde como um todo”, comentou Carla Domingues, coordenadora do Programa de Imunização, durante reunião com secretários estaduais e municipais de saúde.

Campanha de Vacinação

Devido aos casos de poliomielite registrados recentemente na Venezuela, o Ministério da Saúde brasileiro informou no mês passado que a campanha de vacinação contra a doença no país deve recomeçar no mês que vem: de 6 a 31 de agosto. Nos dois últimos anos a campanha aconteceu em setembro.
Em 2017, 22 unidades da Federação não atingiram a cobertura considerada ideal durante a campanha: pelo menos 800.000 crianças ficaram sem o esquema vacinal completo, que compreende três doses do imunizante.
Diante dessa realidade, o ministério orienta os gestores locais a organizarem as redes de prevenção, levantando a possibilidade de readequação de horários, para que sejam compatíveis com a rotina da população brasileira. O ministério ainda recomenda o reforço de parcerias com creches e escolas, para ajudar na mobilização sobre a vacinação.

Poliomielite

Também conhecida como paralisia infantil, a poliomielite é causada por um vírus que vive no intestino (poliovírus), atingindo crianças com menos de 4 anos, mas pode contaminar adultos também. A doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra por meio de saliva e fezes, assim como água e alimentos contaminados.
A maioria das infecções apresenta poucos sintomas, geralmente semelhantes às infecções respiratórias (febre e dor de garganta) e gastrintestinais (náusea, vômito e prisão de ventre). A forma paralítica da poliomielite pode atingir cerca de 1% dos infectados pelo vírus, deixar sequelas permanentes e causar insuficiência respiratória — em alguns casos, levar à morte.
Apesar de não ter um tratamento específico, é possível prevenir a doença através da vacinação, que é oferecida pelos postos da rede pública de saúde. O esquema de vacinação contra a poliomielite oral trivalente deve ser administrado aos 2, 4 e 6 meses de vida. O primeiro reforço é feito aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos de idade.

Falha em vacinação ameaça erradicação de doenças no Brasil

Dados do Ministério da Saúde mostram que a aplicação de todas as vacinas do calendário adulto estão abaixo da meta no Brasil – incluindo a dose que protege contra o sarampo, doença que registra surtos em pelo menos três estados. Entre as crianças, a situação não é muito diferente – em 2017, apenas a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade, atingia a meta de 90% de imunização.

Doenças erradicadas podem retornar

A tendência de queda nas coberturas vacinais, segundo a pasta, começou a aparecer em 2016 e vem se acentuando desde então. Em 312 municípios brasileiros, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite. Apesar de erradicada no país desde 1990, a doença ainda é considerada endêmica em pelo menos três países – Nigéria, Afeganistão e Paquistão – e ensaia uma reintrodução nas Américas caso a cobertura vacinal não se mantenha em 95%.
Em 2017, apenas a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade, atingia a meta de 90% de imunização (Antonio Cruz/ Agência Brasil)
Para a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Carla Domingues, o sucesso da vacinação no país ao longo das últimas décadas e a consequente erradicação de doenças criaram uma falsa sensação de que as doses não são mais necessárias. Outro problema, segundo ela, é a divulgação das chamadasfake news nas redes sociais e que, no caso das vacinas, podem causar alarde e assustar a população.
“Se não tivermos a população devidamente vacinada, poderemos ter o risco de reintrodução de doenças. Existe, por exemplo, um fluxo constante de pessoas viajando. Se pararmos de vacinar, uma pessoa doente chega ao país e o vírus tem a chance de voltar a circular. Enquanto a doença não for erradicada no mundo, precisamos da vacinação”, completou.

Sarampo

De acordo com a coordenadora, a situação do sarampo no Brasil é a que mais preocupa. Amazonas e Roraima, juntos, já registram cerca de 500 casos confirmados e mais de 1.500 em investigação. O Rio Grande do Sul também confirmou pelo menos seis casos. Países de alta renda, segundo Carla, “relaxaram” com a vacinação. Itália, Grécia e Bulgária são exemplos de nações com baixa cobertura vacinal para a doença.
“O sarampo é um risco concreto. Mais de 450 casos confirmados no Norte, em Roraima e no Amazonas. Há casos confirmados no Rio Grande do Sul. [Estamos] Investigando casos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Podemos ter uma retransmissão do sarampo em todo o país”, alertou. “Os próprios profissionais de saúde deixaram de achar que recomendação de vacina é importante”.
A orientação do ministério é que todas as crianças, adolescentes e adultos até 29 anos recebam as duas doses previstas para imunização. Adultos com idade entre 30 e 49 anos devem receber uma dose.

Campanhas

Até 2012, o Brasil realizava duas campanhas anuais de vacinação contra a pólio – época marcada pelo personagem Zé Gotinha. Atualmente, acontecem apenas as campanhas de vacinação contra a gripe e de multivacinação, quando as doses do calendário infantil que estão atrasadas são atualizadas. Entretanto, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde para situações de baixa cobertura, a pasta volta a realizar este ano campanha de vacinação contra a pólio e o sarampo.
As doses, segundo Carla, devem ser distribuídas em todo o país de 6 a 31 de agosto, no formato de campanha indiscriminada. Isso significa que todas as crianças com idade entre 1 ano e menores de 5 anos que procurarem os postos nesse período vão ser imunizadas – mesmo as que já haviam cumprido as doses previstas no calendário infantil. “Será uma oportunidade de dar à criança mais um reforço e aumentar a imunidade”, explicou.

Estratégias

Ainda de acordo com a coordenadora, a estratégia do ministério frente à baixa cobertura vacinal e aos recentes surtos registrados em diferentes regiões do país é a de mobilizar a sociedade e gestores para alertar sobre os riscos. Há situações, segundo ela, que envolvem, por exemplo, bairros específicos com baixa adesão às vacinas ou ainda problemas na hora de registrar os dados no sistema.
“A população só procura vacina quando o surto está na mídia e temos pessoas morrendo. Fora isso, as pessoas não são vacinadas. Como se a vacina fosse uma ação curativa e não preventiva. Ela deve vir antes do surto. É dessa forma que você ganha imunidade. Até porque a vacina vai demorar pelo menos 15 dias para fazer efeito e, em um surto, nesse espaço de tempo, você não fica devidamente protegido.”
 
Fonte: https://veja.abril.com.br/saude/falha-em-vacinacao-ameaca-erradicacao-de-doencas-no-brasil/?utm_source=whatsapp

Em 20 dias, mortes pelo vírus da gripe quase dobram em São Paulo

SOROCABA – O número de mortes pelo vírus influenza, causador da gripe, quase dobrou em 20 dias no Estado de São Paulo, conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde. Desde o início de 2018 e até o dia 22 de março, tinham sido registrados 42 casos graves da doença e seis óbitos. Nesta terça-feira, 10, o número de casos graves tinha subido para 65, mas o de mortes chegou a 11. Os casos relacionados ao vírus A (H3N2) passaram de 14, com um óbito, para 19, com três mortes. Em todo o ano de 2017, foram 1.021 casos e 200 óbitos, cerca da metade relacionados ao H3N2 – 562 casos e 99 mortes.

Vacinação
A campanha na rede pública de vacinação contra a gripe deve começar no dia 23 para os grupos de risco  Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

+++ Taubaté tem mortes confirmadas pela gripe H3N2
Nesta terça-feira, a Vigilância Epidemiológica de Taubaté, no interior, confirmou a gripe como causa da morte de dois jovens – um rapaz de 19 anos e uma jovem de 20, mortos em março. A cidade já havia registrado outras duas mortes, neste ano, pela doença. As vítimas foram um bebê de 3 meses e uma idosa de 70 anos. Há ainda um óbito em investigação.
+++ Vacinação contra gripe começa na rede privada
Em Rio Claro, um casal morreu neste fim de semana com sintomas da gripe. A Vigilância Epidemiológica aguarda o resultado dos exames para confirmar a doença e o tipo do vírus. Outras duas pessoas estão internadas com sintomas.
+++ Bon Jovi cancela shows no Canadá após membros da banda pegarem gripe
A diretora de imunização da pasta estadual, Helena Sato, disse que não há razão para alarme, pois a circulação do vírus no Estado está sendo monitorada e controlada com vacinação. No próximo dia 23, São Paulo entra na 20ª Campanha Nacional de Vacinação Contra o Vírus Influenza, programada pelo Ministério da Saúde.
O público-alvo, estimado em 12 milhões de pessoas, receberá a vacina trivalente, que imuniza contra os vírus H1N1, H3N2 e o tipo B. A vacinação segue até 1º de julho e terá o Dia D em 12 de maio.
Conforme Helena, são prioridade grupos mais suscetíveis, como crianças entre 6 meses e 5 anos, idosos, grávidas, puérperas, portadores de doenças crônicas, profissionais da saúde, professores e detentos.

Vacina da gripe disponível no Brasil protege contra vírus H3N2, que provocou epidemia nos EUA

A vacina da gripe disponível no Brasil nessa temporada contém proteção contra versão do H3N2, vírus que circulou com força no hemisfério norte em janeiro desse ano. Por lá, essa forma do vírus puxou o número de infectados pelo influenza para 47 mil, o dobro do registrado em 2017. Em laboratórios da rede privada, o imunizante já está disponível a um preço médio de R$ 130.

Na rede pública, o Ministério da Saúde informa que a campanha nacional destinada aos mais vulneráveis deve começar na segunda quinzena de abril.

Geralmente, as vacinas contra o influenza são disponibilizadas no Brasil entre abril e maio para proteção em junho, período em que o vírus da gripe começa a circular com mais força. Os vírus utilizados para a confecção da vacina são atualizados anualmente e, esse ano, a vacina brasileira ganhou essa nova forma do H3N2 que ajudou a provocar a epidemia mais grave registrada nos EUA nos últimos 13 anos.

No hemisfério norte, a vacina acabou por não ser atualizada em tempo e, por isso, o vírus acabou fazendo mais vítimas, explica o infectologista e pediatra Renato Kfouri. “Normalmente, há um pareamento entre o vírus circulante e a vacina, mas isso acabou não acontecendo no hemisfério norte e houve um aumento expressivo no número de casos”, diz Kfouri.

“Por aqui, a vacina brasileira já vai conter a forma do vírus que circulou no hemisfério norte, mas ainda precisamos ver se vai haver esse pareamento entre a vacina e a forma circulante”, explica o especialista.

O médico detalha que os vírus influenza conseguem sofrer pequenas mutações que, embora não tão diferentes do ponto de vista morfológico, são suficientes para “enganar” o sistema imunológico e provocar infecções mais graves.

“Essa forma que circulou nos EUA foi mais virulenta, o que significa dizer que foi mais agressiva que as demais”, aponta Kfouri.

O H3N2 já fez 10 vítimas no Brasil em 2018 — não há confirmação, no entanto, se os óbitos ocorreram por essa forma circulante nos Estados Unidos. Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou 228 casos de influenza e 28 óbitos. Do total, 57 casos e 10 óbitos foram por H3N2. Em relação ao vírus H1N1, foram registrados 84 casos e 8 óbitos.

Ainda foram registrados 50 casos e 6 óbitos foram por influenza B. A pasta informa que os outros 37 casos e 4 óbitos foram provocados por influenza A sem subtipo definido. Em 2017 (ano todo), foram registrados 2.691 casos e 498 óbitos por influenza.

Vacina da gripe no Brasil em 2018

Na rede privada, laboratórios já estão oferecendo a vacina com os novos vírus recomendados para essa temporada.

Em laboratórios do Grupo Dasa, que administra redes no Brasil inteiro, as vacinas tri e tetravalente estão sendo oferecidas a um preço que varia entre 90 e 160 reais. Em farmácias em São Paulo, a vacina trivalente é oferecida a um preço médio de R$ 130.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar informa que os planos de saúde não estão obrigados a oferecer e cobrir a vacina contra a gripe. Segundo a ANS, todo o programa de imunizações fica a cargo do Ministério da Saúde.

Já o Ministério da Saúde informa que a campanha nacional contra o vírus será definida nos próximos dias, mas deve ocorrer ainda esse mês. A vacina é oferecida gratuitamente pelo governo para pessoas que podem desenvolver reações mais graves ao vírus.

  • Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;
  • Gestantes; puérperas, isto é, mães que deram à luz há menos de 45 dias;
  • Idosos;
  • Profissionais de saúde, professores da rede pública ou privada, portadores de doenças crônicas, povos indígenas e pessoas privadas de liberdade.

Como o imunizante consegue induzir o sistema imunológico com um vírus morto, não há risco de reações graves e a vacina é indicada para pessoas com problemas de imunidade, diz Kfouri. Ele explica que, embora a vacina na campanha nacional seja destinada aos mais vulneráveis, a indicação é que todos que puderem procurem o imunizante.

Doses de vacinas contra a gripe no Brasil (Foto: Reprodução/ EPTV)

Doses de vacinas contra a gripe no Brasil (Foto: Reprodução/ EPTV)

Vírus definidos pela OMS

Todos os anos, a Organização Mundial de Saúde define quais tipos de vírus as vacinas contra a gripe devem conter a partir dos vírus mais circulantes no ano anterior. No hemisfério Sul, ficou definido que a vacina trivalente (com três vírus) deve conter:

– um vírus similar ao vírus influenza A/Michigan/45/2015 (H1N1)pdm09;

– um vírus similar ao vírus influenza A/Singapore/INFIMH-16-0019/2016 (H3N2);

– um vírus similar ao vírus influenza B/Phuket/3073/2013.

Já as vacinas quadrivalentes, podem conter também o influenza B da forma Brisbane/60/2008.

“Há uns 9 anos mais ou menos, não era comum ter a circulação simultânea de dois tipos de influenza B. Essa situação mudou e, por isso, começaram a surgir as vacinas com quatro subtipos do vírus”, diz Kfouri.

Entenda os tipos de influenza e mutações

O infectologista Renato Kfouri explica que o vírus influenza é dividido em tipos, subtipos e linhagens. Todas essas variações correspondem a diferenças encontradas no material genético do vírus.

Primeiro, em relação ao tipo, o influenza é dividido em A, B e C. O vírus A e B são os que infectam seres humanos; já o tipo C, não é incluído em vacinas e não tem relevância para a saúde pública até o momento.

Já essas formas H3N2, H1N1, dentre outras, referem-se aos subtipos do influenza A. As letras H e N referem-se a proteínas encontradas na superfície do vírus, respectivamente, neuraminidase e hemaglutinina.

Os números, por sua vez, são referentes a maneira como essa proteína é apresentada, como uma haste mais longa, por exemplo.

Já o influenza B é dividido em duas linhagens, que passaram a circular simultaneamente nos últimos anos.

Após 3 mortes por H1N1 em Goiás, população dorme na porta de clínicas particulares em busca de vacina

Centenas de pessoas passaram a noite de terça-feira (3) e a madrugada desta quarta-feira (4) fazendo filas em clínicas particulares de Goiânia para se vacinarem contra a gripe H1N1. A procura pela imunização aumentou depois que três mortes pelo vírus foram confirmadas no estado só este ano. A campanha do Ministério da Saúde foi adiada em uma semana e só vai começar em 23 de abril. De acordo com o governo federal, houve problemas na entrega das doses.

Na porta de uma clínica no Setor Aeroporto, pacientes se organizaram e fizeram, por conta própria, uma lista de chegada. A relação começou a ser feita às 19h de terça-feira. Às 6h desta quarta-feira já haviam 185 pessoas, antes mesmo do local ser aberto. A concentração de pacientes se repetiu em outras três clínicas da capital.

“Cheguei 20h ontem. Vim aqui e eles me informaram que a vacina ia chegar no aeroporto ao meio dia. Eu vim às 3h da manhã com a minha filha, e agora eles falaram que só vão vacinar quem estava na fila. Eu saí da fila não aguento ficar fila de 3h até agora”, disse uma paciente que estava em uma clínica no Setor Marista.

O avanço no registro de casos e a morte de um pediatra da rede municipal por suspeita da doença levou a população a procurar clínicas de vacinação. Até a segunda-feira (2), quando o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES) foi divulgado, 44 casos de H1N1 já haviam sido registrados este ano em Goiás.

A Influenza A é dividida em dois tipos, de acordo com o vírus que a provoca: H1N1 e H3N2. As últimas mortes por H1N1 ocorreram em 2016. Também existe a Influenza B. De acordo com a gerente da Vigilância Epimilógica, Magna Maria de Carvalho, só na última semana foram registrados 14 casos graves de influenza A.

Uma representante de uma das clínicas que fica no Setor Marista disse que os pacientes que estão indo ao local a procura de doses de outras vacinas estão sendo atendidos.

“A população não está entendendo que a gente não tem vacina. Eles querem ficar aqui no portão. Está complicado, a gente não tem vacina”, disse.

Grupo passou a noite na porta de clínica no Setor Marista, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Grupo passou a noite na porta de clínica no Setor Marista, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Comitê apura casos

Para combater o avanço das doenças, o governo do estado criou um comitê que vai debater sobre ações e levantar o que ainda é necessário ser feito. Uma das primeiras ações foi a reserva de 30 leitos de hospital para casos graves das influenzas.

A notificação da doença não é compulsória desde 2012 e, por isso, não são compiladas todas as ocorrências. “A secretaria está preocupada, é um aumento significativo, mas é sazonal”, afirmou a gestora. “Goiás não vive epidemia, o número de casos está crescendo, mas estamos em alerta para epidemia.”

A SES-GO destaca que a vacinação é importante todos os anos porque os vírus sofrem mutações e, a cada nova dose, a vacina protege contra um novo tipo.

O órgão lembra que os grupos prioritários na imunização são: crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos, gestantes, puérperes (mulheres que deram à luz há 40 dias ou menos), servidores da saúde, professores, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas, presos, servidores do sistema prisional idosos e pessoas com doenças crônicas.

Filas para se vacinar contra a gripe H1N1 em clinica particular de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Filas para se vacinar contra a gripe H1N1 em clinica particular de Goiânia, Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Casos registrados

O boletim mais recente, divulgado na segunda-feira (2), registrou 50 casos de Influenza, sendo 44 diagnósticos de H1N1, cinco por H3N2 e um de Influenza B. O documento aponta ainda para 235 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), que podem ter várias causas, entre elas as gripes, registrando aumento de 16% em uma semana.

“Por enquanto o que predomina é H1N1. Pode ter circulação de H3N2 também, pode ter vindo do hemisfério norte. Dentro da síndrome, a maior preocupação é com a influenza porque, historicamente, ela tem mais potencial de epidemia”, afirmou.

Magna destaca que a vacina fornecida pela rede pública de saúde protege contra H1N1, H3N2 e Influenza B, que são os tipos com maior número de ocorrências no momento. A gerente avaliou que a época em que ocorreu o aumento sazonal neste ano foi diferente se comparado aos anos anteriores.

“O aumento de casos geralmente ocorre em março, abril e maio. Esse ano o aumento veio em fevereiro. Começou antes do esperado. Geralmente nessa época de outono essas doenças tem alta, mas não era esperado que fosse maior que o ano passado”, avaliou.

A enfermeira Katiane Karla de Melo, de 35 anos, conta que ficou seis dias internada na UTI de um hospital em Goiânia com suspeita de gripe H1N1. Ela disse que atendeu uma paciente com sintomas da doença e acredita que se contagiou nesse momento.

Das três mortes confirmadas, duas são de pacientes da Vila São Cottolengo em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Houve surto da doença no local e outros 10 pessoas que viviam no local morreram, mas as causas estão ainda sob investigação.

Vacina contra a gripe H1N1 está em falta na maioria das clínicas da capital. (Foto: Divulgação)

Vacina contra a gripe H1N1 está em falta na maioria das clínicas da capital. (Foto: Divulgação)

Sintomas

O médico infectologista Boaventura Bras explica que os principais sintomas da gripe H1N1 são os mesmos de um estado gripal comum, como febre que dura entre 3 e 5 dias, tosse seca, secreção e dores no corpo. A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel.

Caso a pessoa tenha algum sintoma da doença, ela pode procurar qualquer unidade de saúde e, lá, será dado o encaminhamento adequado a ela, de acordo com a gravidade da doença.

Quem pode se vacinar?

Podem se vacinar bebês a partir de 6 meses de idade. A vacina é contraindicada apenas para aqueles que têm alergia a ovo, segundo o médico infectologista.

Os grupos prioritários são grávidas em qualquer período da gestação, crianças entre 6 meses e 5 anos e idosos acima de 65 anos. Também têm recomendação de vacinação portadores do vírus HIV, com problemas cardíacos, diabéticos, com insuficiência renal e doenças respiratórias crônicas.

Quem já teve H1N1 pode contrair a doença de novo?

“Pessoas que já tiveram comprovadamente a gripe H1N1 têm uma resistência maior ao vírus, então seria mais difícil contrair novamente. Porém, o vírus sofreu modificações e ele também pode ser infectado por outros vírus dentro da influenza”, explicou o médico.

Além disso, familiares de pacientes com o vírus também precisam tomar cuidados especiais. “Os parentes também precisam tomar o mesmo medicamento, mas em uma dose menor, mas tudo com orientação médica”, completou.

Surto de gripe nos EUA acende alerta

O alto número de casos de síndromes fortes de gripe registrado nos Estados Unidos, com mais de 26 mil pessoas hospitalizadas desde outubro do ano passado, segundo o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em inglês), já coloca as autoridades de saúde do Brasil em alerta para a próxima temporada de inverno.
O tipo Influenza “da vez” é o A-H3N2, responsável por que 60 mil registrados de casos de gripe nos EUA. A vacina que será aplicada por aqui a partir de 16 de abril na rede pública vai proteger contra ele, além das variantes A-H1N1 e B-Puket.
“Estamos monitorando os dados semanalmente. Os EUA estão enfrentando uma atividade generalizada de influenza no período 2017/2018, parecido com o que passaram em 2014/2015”, disse a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Regiane de Paula. “A situação de lá serve como alerta para nós e exige mudar ações de prevenção.”
Segundo ela, já estão sendo feitos alertas para que hospitais e UBSs estejam sensíveis a esse tipo de doença e para estimular a vacinação. “É uma campanha que as pessoas já esperam, estão acostumadas a todo ano se vacinarem.”
O Estado pretende aplicar 11 milhões de doses da vacina. No ano passado, a campanha foi sendo estendida a outros públicos-alvo além dos originais porque sobraram doses na rede pública. E a dose do ano passado também já protegeu contra a variante A-H3N2.

Casos
 
Neste ano, até 24 de março, a Secretaria Municipal da Saúde registrou 230 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) – gripe com consequências mais sérias e de registro obrigatório. Desses, 8 foram causados pelo influenza H3N2, mas sem nenhuma morte associada a esse subtipo de vírus até o momento.
No Estado, segundo a Vigilância Epidemiológica, houve 11 óbitos em 2018 devido a essa gripe agravada – o subtipo do vírus que os causaram está sendo investigado.
 
Fonte: http://noticias.band.uol.com.br/noticias/100000907306/surto-de-gripe-nos-eua-acende-alerta-no-brasil.html

Parque da Independência, na Zona Sul de SP, será fechado por risco de febre amarela

O Parque da Independência, na Zona Sul de São Paulo, será fechado nesta terça-feira (27) devido ao risco de contágio de febre amarela.

O fechamento ocorrerá após a morte de um macaco sagui por conta da doença na região. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente disse que o parque deve ser reaberto em 27 de abril, e que a vacinação vai ser ampliada na região.

Parque da Independência será fechado nesta terça (27) por risco de febre amarela

Parque da Independência será fechado nesta terça (27) por risco de febre amarela

A capital paulista tem outros 28 parques fechados, e 27 deles serão reabertos nesta sexta-feira (30). São eles:

  1. Parque Anhanguera – Av. Fortunata Tadiello Natucci – 1000, Perus
  2. Parque Cidade de Toronto – Avenida Cardeal Motta, 84 – Pirituba
  3. Parque Jacintho Alberto – Rua Talófitos, 16 – Pirituba
  4. Parque Jardim Felicidade – Rua Laudelino Vieira de Campos, 265
  5. Parque Linear Canivete – Av. Dep. Cantídio Sampaio – Jardim Damasceno
  6. Parque Linear Córrego do Bispo (em implantação) – Av. Gal. Penha Brasil, esquina com rua Gervásio Leite Rebelo, ao longo do Córrego do Bispo – Jardim Peri
  7. Parque Lions Clube Tucuruvi – Rua Alcindo Bueno de Assis, altura do nº 500
  8. Parque Pinheirinho D’Água – Estrada de Taipas, s/nº – Jaraguá
  9. Parque Rodrigo de Gásperi – Avenida Miguel de Castro, 321 – Vila Zati
  10. Parque São Domingos – Rua Pedro Sernagiotti, 125
  11. Parque Sena – Rua Sena, 349 – Palmas do Tremembé
  12. Parque Senhor do Vale – Rua Blas Parera, 487
  13. Parque Tenente Brigadeiro Faria Lima – Rua Heróis da Feb, 322 – Parque Novo Mundo
  14. Parque Santo Dias – Rua Jasmin da Beirada, 71 (Portão I) – Capão Redondo, Rua Arroio das Caneleiras, s/n (Portão II)
  15. Parque Jd. Herculano – Estrada da Riviera, 2282 – Jd. Herculano
  16. Parque M’Boi Mirim – Estrada do M’Boi Mirim, 7.100 – Jardim Ângela
  17. Parque Guarapiranga – Estrada Guarapiranga, 575 – Parque Alves de Lima
  18. Parque Cemucam – Rua Mesopotâmia, s/n (km 25 da Rodovia Raposo Tavares sentido Capital) – Jd. Passárgada – Cotia
  19. Parque Raposo Tavares – Rua Telmo Coelho Filho, 200 – Jardim Olympia
  20. Parque Juliana de Carvalho Torres – Travessa Córrego da independência – Cohab Raposo Tavares
  21. Parque Linear Feitiço da Vila – Rua Feitiço da Vila, Rua Cortegaça e Rua Moenda
  22. Parque Linear Parelheiros – Estrada da Colônia; Rua Teresinha do Prado Oliveira; José Pedro de Borba
  23. Parque Linear Sapé – Rodovia Raposo Tavares até Avenida Engenheiro Politécnico
  24. Parque do Chuvisco: Rua Ipiranga, 792 – Jardim Aeroporto
  25. Parque do Cordeiro Martin Luther King: Rua Breves, 968 – Chácara Monte Alegre
  26. Parque Severo Gomes: Rua Pires de Oliveira, 356 – Granja Julieta
  27. Parque Linear Invernada: Rua Sapoti / Rua Confiteor / Trav. da Canção Excêntrica – Campo Belo

Câncer: por que queremos a cura, mas resistimos à prevenção?

Câncer: por que queremos a cura, mas resistimos à prevenção?

Especialista ressalta a importância da vacina contra o HPV e questiona a falta de foco na prevenção dos tumores

Ouvimos e repetimos a vida toda o sonho das gerações passadas de um dia chegar à cura do câncer. Mas um fenômeno intrigante e – por que não? – incoerente é o fato de que, hoje, temos um método preventivo contra vários tipos dessa doença, e grande parte das pessoas parece não dar importância a isso. Estou falando da vacina contra o HPV – o papiloma vírus humano.
Causador do câncer de colo do útero, esse inimigo também é associado aos tumores de vulva, ânus, pênis e boca, além de provocar verrugas na área genital, laringe e ânus. Desde 2014, a vacina quadrivalente contra o HPV está na rede pública para meninas (de 9 a 14 anos). Ela também é oferecida para homens e mulheres de 9 a 26 anos com HIV/Aids e para indivíduos imunodeprimidos (pessoas submetidas a transplantes ou pacientes com câncer, por exemplo).
No início desse programa de vacinação, quando a primeira dose foi disponibilizada dentro das escolas públicas e privadas, a adesão foi extremamente positiva, atingindo 100% do público de meninas entre 12 e 14 anos, para quem a imunização foi oferecida naquele momento. Já a segunda dose, que deveria ter sido administrada após seis meses, não contou com a participação das escolas. Resultado: a procura pela vacina nos postos de saúde teve menos da metade da adesão.

Fonte: Saúde Abril
Link: https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/cancer-por-que-queremos-a-cura-mas-resistimos-a-prevencao/

Lollapalooza

Recomendação de vacinação contra febre amarela – Lollapalooza 2018

Lollapalooza 2018: Secretaria de Saúde recomenda que público tome a vacina contra a febre amarela

Autódromo de Interlagos é um dos 24 distritos com recomendação para a imunização

O Estado de S.Paulo

12 Março 2018 | 17h15
Em um comunicado oficial, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recomenda que quem for ao festival Lollapalooza nos dias 23, 24 e 25 de março no Autódromo de Interlagos, na zona sul de São Paulo, tome a vacina contra a febre amarela.

Lollapalooza
É importante que a vacina seja aplicada com até dez dias de antecedência Foto: Serjão Carvalho/Estadão

A região do Autódromo de Interlagos é um dos 24 distritos com recomendação para a imunização contra a doença. Vale lembrar que a vacina precisa ser aplicada com até dez dias de antecedência. Esse é o período mínimo para que ela faça efeito.
Leia o comunicado:
“A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Paulo recomenda para quem vai curtir o Festival Lollapalooza, nos dias 23, 24 e 25 de março, tomar a vacina contra a febre amarela com, no mínimo, 10 dias de antecedência. O evento acontecerá no Autódromo de Interlagos, em Cidade Dutra, um dos 24 distritos com recomendação para a imunização contra a doença e que, por isso, integra a segunda fase da campanha de vacinação contra a febre amarela no município.
A orientação aos moradores da capital que ainda não foram imunizados e que pretendem ir ao festival é procurar uma unidade de referência para viajante ou um dos postos que esteja participando da atual fase da campanha. É importante lembrar que 10 dias é o tempo mínimo para que a vacina faça efeito.
Para quem não reside na capital paulista, é importante já tomar a vacina antes da viagem, uma vez que é necessário o tempo para que de fato ocorra a imunização”, diz o comunicado.
Para receber a dose na capital paulista, é importante apresentar a pulseira ou o comprovante de compra de acesso ao festival na unidade de saúde bem como o cartão SUS, além de comprovante de identidade. A lista das unidades que estão vacinando pode ser acessada aqui“, diz o comunicado.

Fonte: Estadão
http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,lollapalooza-2018-secretaria-de-saude-recomenda-que-publico-tome-a-vacina-contra-a-febre-amarela,70002224085